8 de setembro de 2013

Eu vi Frances Ha. E gostei.


Frances Ha é um filme fofo.



- Fofo, Luluca?

- Ok, ok, sei que fofo não é melhor palavra fazer uma crítica cinematográfica.

Mas o filme é fofo.

Frances Ha é um filme feminino sem ser lugar comum. A principal preocupação não é com romance ou homem. É com a própria vida da personagem. Foi um dos poucos filmes sobre mulheres com o qual eu me identifiquei com a personagem. “500 Dias com Ela” não conta porque, para começar, a protagonista é a Zoey (já aí começa a identificação).

Mas voltando à Frances Ha... A trama é sobre uma dançarina, não muito talentosa, que tenta ganhar a vida dançando em uma companhia contemporânea de Nova Iorque. Como (quase) todo dançarino wannabe, ela não tem muito dinheiro e tem de viver se virando na base da amizade.

Assim como na minha vida, alguns amigos da Frances mudam. Retornam. Distanciam-se... Mas acabam sempre estando lá. A minha própria companhia do cinema (porque não sou dessas que só vai ao cine com o marido), é um exemplo disso: Dani-flor-contemporânea é/foi dançarina e já fomos muito próximas, distantes e próximas novamente. Mas eles sempre esteve lá me esperando. É só chamar.

Frances tem esse grande objetivo. Tem surtos psicóticos contemporâneos. Tem desejos sublimados (muitos, devido à falta de grana). Mas, acima de tudo, Frances tem orgulhos. Assim no plural mesmo. Tem aquele orgulho bom de saber o que se é e viver como tal. E também tem aquele orgulho de não aceitar que nem na tudo na vida é como se quer.

É aí que Frances Ha se torna, para mim, um filme sobre aceitação. Aceitação de que o futuro não é só nosso e não depende de nós. Aceitação de que as pessoas ao nosso redor têm todo o direto de mudar (e cabe a nós nos adaptar as essas mudanças e aceitar continuar a amizade). Aceitar que a vida tem muito mais itens fora do controle do que gostaríamos e que tem de lidar com isso. Cabe a nós a reestruturação. A adaptação.

Resta a aceitação de que o ótimo é inimigo do bom, mas que o bom – ao aceitarmos nossa limitações e destacarmos as nossas limitações – pode ser melhor do que o esperado.

Por isso, Frances Ha é um filme fofo porque mostra que a vida pode ser fofa.

Saí de Botafogo (óbvio) flutuando. Fui tão Frances a naquele dia que, voltando para casa, acabei dançando numa rua vazia. Ao som de “Modern Love” imaginário e tudo. 

Foi lindo.

Foi fofo.

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