Estamos:
- a um ano da Jornanda Mundial da Juventude;
- a um ano da Copa das Confederações;
- a dois anos da Copa;
- a quatro anos das Olimpíadas.
E
ainda falta muito para a cidade estar preparada. Eu vejo canteiro de obras por todos os lados,
mas não sei para o quê elas por aí. Ok, vejo embelezamento, mas não entendo o
legado. Muitos podem dizer que estou exagerando, mas contarei uma história.
Dia
9 de novembro. Sexta-feira. Dia do show da Lady Gaga.
![]() |
Parece que ela gostou da cidade, mas não deve ter pego o mesmo trânsito que nós.... |
Eu
retornei de uma micro-férias na Região dos Lagos para comemorar o aniversário
de minha irmã. Fiquei feliz, pois o trânsito estava limpo.
Cheguei na entrada social da Rodoviária
cedo e sorridente. Aí, começou o meu problema. Com as trocentas obras, o ônibus
demorou 30 minutos para chegar no terminal.
Desci, já meio emburrada. E só estava
começando. Perguntei a um guardinha para onde tinha ido o ônibus do metrô, que
fazia integração de dentro da Rodoviária. Pokerface. Dois minutos depois: “hum,
acho que está la fora do lado direito”. Peeeeeen: resposta errada. Quando fui à
rodoviária, na ida da viageM, vi que este lado estava repleto de quê? O-B-R-A-S!
“OK”,
pensei, e fui até o ponto de táxi. Fila de quase dobrar a esquina.
Pedi para uma senhora guardar meu lugar
e fui procurar o outro guardinha mais próximo. Ao repetir minha pergunta, só
ouvi “Metrô? Aqui? Ah, pergunta lá no quisoque da Riotur”. Quiosque da Riotur,
lá vamos nós... Para quê, mesmo, hein, já que não havia NENHUM atendente lá?
Afinal, para quê, minha gente, ter alguém para dar informações a turistas em um
principal pontos de chegada à cidade?
Como sou brasileira
(#enãodesistonunca), fui até o balcão de informações da empresa de ônibus que
faz integração até a Barra. Lá, uma moça histérica (com a quantidade de pessoas
que queriam ir ao show), deu a mesma resposta do primeiro guarda.
Voltei para fila do táxi. Esperei 45
minutos. Tensos 45 minutos, pois a quantidade de viciados em crack que tentavam
puxar coisas dos transeuntes (um, inclusive, se jogou dentro de um carro que
buscava uma passageira) era assustadora.
E a fila não andava.
Passou um agente de trânsito e, mais
uma vez, fiz questionamentos sobre o Metrô. Ele, de pronto, respondeu: “Ah, foi
transferida para aquela rodoviária municipal. O último ponto”.
Minhas "Luluquices" fizeram uma pequena matemática:
- Distância: a rodoviária ficava a uns cinco minutos de distância (sistema métrico, a gente não se vê por aqui)
- Iluminação: quase nenhuma
- Segurança: nenhum policial no trajeto, dois agentes de trânsito surtados com o engarrafamento monstro
- Velocidade: leeeeeerda. Eu estava com uma mala de mão e duas bolsas, além de pernas cansada de viagem/fila
- Obstáculos: muitos (entre buracos de obras, tapumes e usuários de crack).
- Resultado = permaneci na fila
Depois de mais 25 minutos, consegui um
táxi. Ao entrar no carro, uma jovenzinha perguntou se eu estava indo para a
Barra. Respondi que não e, prestativa, falei sobre a integração. Ela disse que
sabia que tinha, mas os ônibus estavam tão lotados, que o próximo com vaga
sairia somente às 21h30 (eram 19h45).
Já no carro, a taxista disse “se você
fosse para Barra, eu desistia da corrida. Tem um colega que foi às 15h e ainda
não chegou. Isso tudo por um show vazio”.
Aí,
eu pensei: e se eu fosse uma turista que estivesse indo direto para um jogo
olímpico? Perderia meu ingresso, minha diversão e meu encantamento pela cidade.
Não
acredita na situação da Rodoviária Novo Rio? Até O Globo falou sobre isso aqui.