Hoje, dia chuvoso e relativamente frio, é uma dia crucial para se ter preguiça. Acordei cedo, tomei café, estudei e... Desisti de ir até à Biblioteca Nacional. Por preguiça, claro! Não que eu tenha ficado à toa, estudei mais em casa, escrevi e adeqüei artigos, ouvi jazz e tomei chá verde com cookies integrais.
Mas só de ter ficado em casa pela preguiça, minha cabeça pôs-se a trabalhar. A preguiça não se restringe somente a vontade de não mexer o corpo, de poupar energia física. A preguiça é toda vontade de poupar qualquer energia. Até pouco tempo atrás, eu sofria com uma preguiça intelectual inacreditável. Só de pegar um livro, abrir a página e começar a ler, eu cansava. Tinha preguiça de apreender novas coisas. “Para quê?”, pensava eu.
Agora, tenho uma preguiça de lazer. Não tenho curtido sair de casa, a não ser que seja para ir ao cinema ou ao teatro. Parece que o intelecto quis voltar a trabalhar com força. Sair para quê? Para dançar as mesmas músicas? Para ver os mesmos rostos? Para usar as mesmas roupas?
Quando digo que não quero sair, alguém sempre diz: “Vai sair sim, vai conhecer gente nova”. Óbvio que isso é uma torcida para que minha condição de solteira acabe logo. Ontem, quando comentei isso a uma amiga, ela também me disse que sente o mesmo que eu: PREGUIÇA, óbvio.
Afinal, conhecer gente nova? Ter que se arrumar para sair? Observar se há alguém de interessante por perto? Tentar iniciar um diálogo (e o pior, mantê-lo)? Verificar se bate a “química”? Fofocar o Orkut alheio? Esperar um telefonema? Fazer um telefonema? Marcar um outro encontro? Passar por todo o processo novamente?
Para quê, minha gente?
Às vezes, a preguiça nos manda repetir as figurinhas. Elas não completam o álbum, eu sei. Porém, também não desgastam nossa energia.
***** = ****** = ****** = ***** = ****** = ****** = ***** = ***** = *****
Na Vitrola
Prato do Dia – O Teatro Mágico (alguém diz pro Anitelli que eu não tenho preguiça de passar pelo processo de casar com ele?)