29 de novembro de 2006

Insone

Mais uma noite mal dormida. O sono aparecera devagar, mas sua lentidão se tornou prato cheio para insônia, que venceu mais uma batalha. Mas desta vez, não foram os pensamentos confusos ou os parágrafos quase insanos do livro de cabeceira que não a fizeram dormir.

Ela sentia saudades. Não era uma saudade de sentimentos, de carinhos e adornos. Era uma saudade física. Sentia falta de um outro corpo ao seu lado. Queria sentir novamente a pressão das mãos alheias subindo o contorno de suas pernas, sua cintura. Respirou fundo, pois talvez assim esta saudade passasse.

Saudade ou vontade? Já não sabia. Quanto mais respirava, mas aflita ficava. O tempo quente e úmido ajudava. Suava um pouco e as gotas de seu suor pareciam querer descobrir um corpo que nem ela mesma lembrava. Decidiu, então, redescobri-lo. Aos pouco e timidamente, é verdade. Pernas, barriga, seios... Lembrou-se da última vez em que eles foram tocados daquela forma.

É, talvez a última vez não valesse a pena ser lembrada...

Recordou a anterior. Agora sim sabia identificar que o que sentia não era saudade, mas sim uma vontade intensa e quase devoradora. Ser só já não adiantava. Não se importava mais que já era madrugada. Pegou o telefone. Ele tinha de saber que ela estava pronta...

(Só porque disseram que eu não seria capaz de escrever uma coisa dessas!)